Modernidade e literatura: exame do papel do ethos abrangente na sociedade premoderna e moderna a partir de uma comparação entre Orestes e Hamlet
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Palavras-Chave: Habermas – Sociedades premodernas e modernas – Ethos abrangente – Orestes – Hamlet.
Habermas explica que, na passagem das sociedades premodernas para as modernas, a situação de um ethos abrangente que, sendo ao mesmo tempo sistema de saber e de ações, dotava de unidade valorativa o mundo das interações cotidianas, se dissolveu e se fragmentou numa multiplicidade de orientações éticas, na qual a moral só pode atuar como saber cultural, cuja realização depende de estruturas individuais de internalização das normas. O artigo mostra o contraste entre os dois momentos a partir de um recurso à Literatura, lançando mão da comparação entre a atitude de duas personagens envolvidas num enredo trágico de vingança: de um lado, Orestes, típica personagem premoderna, que aceita de modo não problemático seu destino de vingar a morte do pai; de outro, Hamlet, típica personagem moderna, que, diante da mesma situação que Orestes, reflete sobre seu destino e questiona o próprio papel, ao mesmo tempo em que o desempenha.
Fernanda Mattos Borges da Costa – Graduanda em Direito – CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PARÁ (CESUPA)
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Gostaria de agradecer ao professor André pela presente e futura orientação, pela oportunidade de participar do Grupo de Estudos - Habermas e Teoria Crítica e por conseguir me ajudar a encaixar o tema!
Caríssima Fernanda,
ResponderExcluirSou neófito nesses domínios de blog, mas aos poucos começo a me convencer do interesse que podem despertar e não poderia deixar de registrar aqui que estarei aguardando o desenvolvimento do tema de sua postagem -a qual passarei a considerar uma instigante promessa de discussão. Fico bastante feliz pela sua trajetória de amadurecimento teórico nas escolhas que fez já há algum tempo. Ao André, a quem secundo na bela saudação que te dirige, uma sincera homenagem pelo estímulo constante e dedicado acompanhamento dos nossos mais promissores alunos. Um grande abraço, Sandro Alex Simões
Parabéns pelo blog e pela exposição em sala.
ResponderExcluirNo momento da exposição, quando citaste o porquê da comparação entre as duas obras lembrei de uma terceira que acho que ficaria no meio termo das duas, a do rei Édipo, que não aceita seu destino tal qual Orestes, nem pode se questionar quanto a enfrentá-lo ou não como Hamlet por desconhecer seu verdadeiro "alvo" vingador. Mas por motivo semelhante ao que prof André citou na descrição do blog, decidi guardar para mim o comentário
Beijos